Dia Internacional de Combate à Homofobia

        

        Esse é um dia muito importante, o Dia Internacional de Combate à Homofobia, ele serve para lembrar à todos que nenhum ser humano é melhor que o outro, todos nós sentimos medo, frio, calor, dor, amamos... Os homossexuais também sabem rir e chorar, pois nós temos sentimentos, eu pelo menos não me acho nem melhor e nem pior que ninguém, eu simplesmente sou eu, uma pessoa que ama a vida e tudo que é belo, tenho a alegria em meu sangue, alegria essa que quase me tiraram no dia 05 de fevereiro de 2012.
Ainda é traumatizante, as feridas não existem mais, só a dor parece ser eterna, não sara nunca. Mesmo com tanta violência que sofri, sei muito bem que há vida após um ataque homofóbico. A verdade que acabei descobrindo que as pessoas que me atacaram [dois rapazes e uma moça] não são pessoas normais, ou será que são? Não importa.
Não sei dizer se foi ruim não lembrar quase nada, só sei que não senti dor, as agressões foram tantas que meu corpo ficou anestesiado, apaguei, quando acordei só disse uma coisa: Deus, se Você existe me leva pra casa, quero a minha mãe, preciso dela. Saldo? Por favor... só fiquei meses sem poder falar uma única palavra, remédios e alimentação eram feitos por seringas, gota a gota, sem contar que fiquei cego de uma vista. Foi muito sofrível, mas posso dizer uma coisa, estou aqui vivo e amo ainda mais essa vida fantástica que Deus me deu e agradeço o apoio que recebi e recebo da minha família e de alguns amigos.
Infelizmente não posso dizer que tenho uma vida normal, jamais, tenho medo das pessoas (estranhas), não sei o que elas podem fazer comigo. Algumas coisas, não me permito mais, acho isso muito triste. Sei que muitos gays passam por esse medo, o medo homofóbico, eu até tinha, mas não queria acreditar, até acontecer comigo, é um medo misturado com dor.
O bacana, é que agora posso dizer que a minha vida está voltando ao normal, ou melhor, perto disso falta um pouco, mas terei paciência, ainda sou um bebê, afinal tenho cinco anos (segundo os médicos, eu nasci de novo).
Enfim, tudo isso é muito triste, muito duro, muito difícil, o trauma não passa. Mas há vida depois.

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